Amigos do banco

 

Há aproximadamente 8 anos estava eu num parquinho com meus filhos: enquanto eles brincavam, eu tentava ler meu jornal dominical. Sim, “tentava” ler, uma vez que por duas vezes fui interrompido por um homem que puxava papo comigo...

 

Noutro episódio, faz cerca de 6 anos, toda semana – no mesmo horário – eu frequentava a recepção de uma clínica onde meu filho era atendido. Duas ou três vezes me chamou a atenção um jovem senhor que lia um livro (título: Todos os caminhos levam a Roma). Embora eu não tivesse lido, eu conhecia um pouco da história do livro, então um dia perguntei àquele ‘cara’: como tal livro tinha chegado a ele?

 

Embora separadamente e em outros períodos – tanto no primeiro como no segundo caso – as duas conversas informais renderam: gerou a troca de números telefônicos; posteriormente, alguns contatos; mais tarde, outros encontros informais em locais diversos; depois, encontros de famílias e visitas recíprocas.

 

Resultado: os dois ‘caras’ não têm relacionamento entre si, mas hoje tenho os dois como meus AMIGOS (curiosamente ambos com nomes iniciando com a letra “e”: Edi e Edivã).

 

Tanto são meus amigos que nos últimos dias tive a oportunidade de, mais uma vez, churrasquear com a família de cada um deles em finais de semanas distintos.

 

Atualmente, sabe qual é a chance de novas amizades surgirem em cenários assim? Muito raras.

 

Só para ilustrar, eu ainda frequento os dois locais onde tudo começou, mas – enquanto esperam as crianças – o que se observa são adultos totalmente “fechados” em seus smartphones, impossibilitando sequer um mero bom dia!

 

Não somente por isso, mas é preciso zelar pelas amizades, pois vai ser difícil fazer outras amizades assim...

 

Mas, e o banco? Fica para a segunda parte...