Quem manda nessa casa sou eu!
“O pior cego é aquele que não quer ver”
Em casa, adivinha quem dá a
última palavra? E, quem define o que comer? A hora de comer? Quem escolhe os
presentes e as datas em que devem ser comprados? E o passeio de final de semana
ou o local para as férias, quem escolhe?
Enfim, que manda nesta casa sou
eu! Mas quem será eu?
‘De cara’ o leitor deve estar se
perguntando, quem é que tem a coragem de fazer uma afirmação tão categórica a
essa altura do campeonato - século XXI -. No passado, dificilmente uma mulher
falaria isso (tempo do machismo). Nos tempos mais modernos, um homem que se
atrevesse a tanto certamente seria bombardeado (tempo do neofeminismo).
Então, voltamos a pergunta: quem
sou eu? Aquele que manda nessa casa, simplesmente, sou eu, o Joãozinho (ou a Mariazinha).
Sou uma criança de poucos anos, que pela desorientação e falta de autoridade de
meus pais – que nada me negam em razão da culpa que carregam pela falta de
tempo e de prioridade em relação a minha pessoa –, domino toda a casa, estabelecendo
“critérios”, fazendo exigências e escolhas a meu bel prazer (tempo do
“infantilismo”).
Ah, sim! Ia me esquecendo que,
além de dar a última palavra, sou eu quem determino o tom de voz. Minha palavra
vale mais do que a dos professores, avós, tios, vizinhos e outros adultos.
Sou eu quem escolho onde dormir,
mesmo que seja na cama dos meus pais e isso atrapalhe a vida conjugal deles.
Também determino a que horas vou dormir. “Fixo” os custos, os temas e os locais
para minhas festas de aniversário. Escolho em que idade devo ter smartphone, bem como o seu modelo e
periodicidade em que deve ser substituído. Também, sou eu quem determina se
vamos ou não à igreja, pois a meu juízo religiosidade não é coisa para criança,
ora bolas!
Contudo, nem precisa ser muito
inteligente, nem médico ou psicólogo, para saber que minhas decisões
equivocadas (não corrigidas pelos meus pais) “poderão” contribuir decisivamente
para que no futuro eu me torne uma pessoa mimada, frágil, com baixa
auto-estima, ansiosa, depressiva, entre tantos outros problemas que podem
inclusive levar a delinquência no futuro. Por certo que a culpa não é, e não
será, minha!
No seriado do Chapolin Colorado tem uma frase aplicável
ao caso: “Oh! E agora quem poderá me
defender?”
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