Natal sem Panetone nem Noel
“A vida está ficando sem graça ? ”
“O recurso disponível precisa ser banalizado ? ”
Há um tempo - não muito distante - uma das ‘marcas’ do Natal era comer Panetone, cuja fabricação era quase que restrita às semanas que antecediam o período natalino. Ansiávamos pelo Panetone !
Mais recentemente, o Panetone (pão doce com frutas secas de origem italiana) passou a ser fabricado ao longo de todo o ano, bem como por qualquer supermercado e panificadora da esquina. Resultado: perdeu a graça !
Papai Noel ? Emociona muito, mas - desde meados de novembro - já se pode ver em Shoppings Centers, em período integral, senhores não tão barrigudos nem tão velhos com barba postiça (pois não há tantos velhinhos assim)...
Como tudo na vida, quando se banaliza o recurso (ou seja, se utiliza demais algo) ele vai perdendo o entusiasmo inicial. Isso vale para tudo: fotos, presentes, certas comidas e bebidas, viagens, sexo, etc.
Antes, como dizia o finado José Augusto Forastieri, para ver a canela de uma mulher era preciso esperá-la subir no bonde. Homens também andavam bem trajados. ‘A atração’ para o ato sexual ficava ‘represado’, mas depois vinha a ‘explosão de alegria’ por tempo indeterminado. Agora, estamos ‘todos’ com tudo de fora, resultando em ...
E os bailes de rostos colados? Geravam uma ‘fogueira interna’ !
Sexo antes ou fora do casamento é muito comum; igualmente sexo sem amor. Não seria essa uma das razões do insucesso de muitos relacionamentos ? afinal não há mais a surpresa. A noite de núpcias e a lua de mel não têm mais o mesmo encanto. Estão “comendo a cereja” antes da hora !?
Cartões natalinos eram comprados individualmente, com mensagens escritas à mão e postados pelos Correios; que emoção era enviá-los e - principalmente - recebê-los ! Ao contrário, não há qualquer sensação no envio e recebimento em massa de mensagens digitais (WhatsApp, Facebook, e-mail, etc.).
A propósito, o uso da tecnologia e a banalização andam de ‘mãos dadas’. Que se manifestem as incontáveis fotos digitais !
Antes, ganhava-se presentes apenas no aniversário e Natal, e olhe lá ! Hoje, comer em restaurante e ‘passear’ no Shopping é banal. Viagens turísticas não ficam mais restritas às férias; ir à praia envolvia muita ansiedade e PRÉparativos !
Filmes ? não precisamos mais esperar sair no cinema, em DVD, ou passar na TV aberta; compramos a qualquer hora usando o controle remoto.
Enfim, Natal significa nascimento, no caso a comemoração pela vinda ao mundo de Jesus, o Salvador. Isso sim deveria ser constante e intensamente lembrado por nós, sem medo de banalização.
Assim, não é toa que a vida está ficando cada vez mais sem graça, pois estamos permitindo que todos os recursos materiais disponíveis sejam banalizados.
Tarcisio Teixeira, Eunice Maria
Teixeira e Veridiana Lima