Ano novo, vida velha


“Mais um Réveillon passou, e o que mudou ?”

 

Anualmente, nos dias que antecedem a grande festa mundial, observa-se boa parte das pessoas tomadas pelo otimismo de que, com a chegada do Ano Novo, as coisas mudarão para melhor.

 

O otimismo é um sentimento nobre e até necessário; uma locomotiva que nos dá esperança por dias melhores...

 

Pessoas e instituições (países, municípios, estados, etc.) ‘investem’ muito tempo e recursos em viagens, festas, trajes, acessórios, etc. para celebrar a passagem do ano. À meia noite aqueles cumprimentos calorosos. Quanta alegria e otimismo!

 

Será que tudo isso não acabaria por contribuir - ainda que talvez não orquestrada e intencionalmente - com uma política do “pão e circo” ? (método utilizado desde a Grécia Antiga para “anestesiar/alienar” a população ao não deixar faltar alimento e diversão às pessoas, que por sua vez acabariam por não incomodar os governantes).

 

Mas, confesso! Gostaria de acreditar que as coisas pudessem mudar substancialmente apenas pelo otimismo com a simples mudança de ano no calendário.

 

Entretanto, (in)felizmente percebo que tão-somente otimismo é pouco. As pessoas passam o ano inteiro acomodadas e se lamentando para, às vésperas da virada do ano, achar que tudo pode ser resolvido automaticamente.

 

Certa vez li algo como: seria melhor a pessoa se dispor a melhor 1% ao dia, ao longo do ano (365 dias), do que querer mudar 100% num único dia (com a virada de ano).

 

É mais um ano que passou e outro que está começando; sendo que para muitos será um ano novo, mas com uma vida velha.